Tem crescido de forma expressiva o número de crianças que ficam em creches durante todo o dia. Isso impacta no comportamento das doenças infecciosas, pois aumenta a chance de adquirir essas doenças transmissíveis. Assim, é comum que as crianças fiquem doentes com mais frequência a partir do momento que recebem esse cuidado. Esse fenômeno é chamado de “síndrome da creche” e hoje vamos explorar um pouco mais sobre ele.
O que é Síndrome da Creche?
Essa é a expressão utilizada para se referir à manifestação de infecções respiratórias ou gastrointestinais de repetição em crianças com menos de três anos de idade. É esperado de seis a oito episódios por ano quando elas vão para creche, mas isso não quer dizer que a imunidade da criança está baixa.
O sistema imunológico das crianças
A síndrome da creche acontece porque o sistema imunológico dos pequenos está na fase de amadurecimento, e isso deixa eles mais susceptíveis a infecções. Quando eles começam a frequentar escolinhas, entram em contato com muitos agentes infecciosos, adoecendo com mais frequência.
Mas não é só o sistema imunológico que determina a ocorrência dessas infecções. Há fatores como características do próprio micro-organismo, modo de transmissão, quantidade de agentes necessários para a manifestação da doença, formas de sobrevivência no meio ambiente e número de crianças que portam os agentes, mas são assintomáticos que também influenciam na taxa de infecções entre os pequenos.
Já em relação à criança, fatores como idade, sexo, imunidade, ter irmãos, nível de escolaridade dos pais e condição socioeconômica da família podem interferir na quantidade de vezes que ela ficará doente.
Infecções comuns em creches e escolas
Resfriados, faringites, sinusites, bronquites, bronquiolites e pneumonias, bem como a otite média aguda são as principais infecções que acontecem nas creches. E os agentes que causam essas doenças são os mesmos que acometem crianças que ficam em casa.
A otite média é a infecção bacteriana mais comum entre as crianças e a principal causa de perda da capacidade de audição. O acúmulo de secreção no ouvido pode durar por semanas ou até meses depois que o quadro agudo se encerra. E esse sintoma nos primeiros seis a doze meses de vida está relacionado a baixo desempenhos em testes de linguagem que ocorrem na juventude.
Já a diarreia aguda, muito frequente no ambiente escolar, é uma causa importante de morte em crianças com menos de cinco anos em países em desenvolvimento. E é uma importante doença no contexto das creches, pois ocorre tanto eventualmente como em surtos. Os agentes infecciosos são transmitidos pessoa a pessoa ou por ingestão de água ou alimentos contaminados. Quando se pensa no contato interpessoal íntimo que ocorre entre as crianças no ambiente da creche, entende-se o porquê da alta incidência desse acometimento entre os pequenos.
Já entre menores de dois anos, é muito comum a infecção pelo Haemophilus influenzae tipo b, o qual é causa de doenças graves como meningite, epiglotite e pneumonia. É possível classificar entre doença primária, quando a transmissão ocorre a partir de uma criança assintomática, ou secundária quando é através de um indivíduo doente, sendo essa última somente 1 a 2% dos casos.
Como prevenir a Síndrome da Creche?
Como visto, as doenças infecciosas são as principais causas da síndrome da creche, assim, é importante pensar em meios de prevenção dessas doenças. Para isso, os seguintes aspectos são importantes:
- Amamentação: o aleitamento materno exclusivo é uma importante fonte de anticorpos e de vitaminas que fortalecem o sistema imunológico das crianças. Para aquelas que já se alimentam, é importante oferecer alimentos diversos ricos em vitaminas, proteínas e carboidratos.
- Higiene: a higiene das mãos é extremamente necessária, pois muitas doenças são transmitidas pelo contato. Assim, se uma criança está com o nariz escorrendo e encosta em um brinquedo e outra criança pega esse objeto e depois leva a mão à boca, ela pode se contaminar. Por isso, limpar as mãos e os brinquedos com frequência é essencial para a prevenção dessas doenças.
- Vacinação em dia: muitas doenças podem ser evitadas com a vacinação infantil. Por isso é importante sempre manter o cartão vacinal em dia, pois isso diminui a chance de infecção e de transmissão das doenças.
- Ambientes arejados: evitar a aglomeração, principalmente em ambientes fechados e extremamente importantes, reduz as chances de transmissão.
O mais importante é ficar atento aos sintomas, tanto para que se evite levar as crianças para a creche diante deles, como para que se procure profissionais da saúde que possam orientar a melhor forma de aliviar os sintomas e de tratar essas doenças quando possível. A Clínica Afago está sempre de braços abertos para receber vocês diante desse cenário!